Laetitia je ne savais pas
Que la vie n'est rien sans toi
L'oiseau fragile un jour s'est abattu
La mort ne l'a pas rendu
Et tu reposes dans le bleu de la mer
Toi qui colorais de bleu nos chimènes
Laetitia, non je ne savais pas
J'etais amoureux de toi
EM ÁGUAS TURVAS
Assim resta o corpo
aonde a vida se foi há pouco
aos gélidos subterrâneos
tu que colorias de azul meu caminho!
Ainda resta o sangue
a resistir em seiva
repouso inerte
obscurecidas cores
Silencioso vértice
ao extremo da mira
teu queixo aponta
o céu enevoado
Na borrada aquarela
o brilho azul do vestido de festa
luminosidades fugidias...
Pousado o braço em tanta calma
e a mão pendida à flor da água
dir-se-ia que dorme
A pele fria tem ainda o viço
da mocidade cortada em pleno voo
recuos irremediáveis do destino!
Movem-se as águas
levando aquela flor viçosa
agora simulacro
Silenciados para sempre
a voz
o gesto
o sorriso
E nas entranhas
sufocado aos poucos
o espasmo da paixão
de um beijo recém trocado
Ficou em outro corpo
aquela que ora dorme
ficou no desespero de uma voz
que em vão a chama!
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Letícia, eu ão sabia
que a vida é nada sem ti
Pássaro frágil um dia foi ferido
E a morte não a devolveu
E tu repousas no azul do mar
Tu que colorias de azul nossos caminhos
Letícia, não, eu não sabia
que estava enamorado de ti!
( música do filme Les Aventurers de 1967)