ll. AcenDaM aS LuZeS .ll

Pulei naquele abismo

Que abriu-se sob meus pés...

Despi meu corpo tão frágil

Para amar aquele corpo tão forte

Mas minha sorte, enfim, foi perder...

E perco a cada palavra dita,

A cada lágrima contrita

Que derramo ao escrever...

Acendam as luzes,

Ando entre espadas e cruzes

Carregando um inferno nos ombros...

Tenho pregos quentes nos pulsos,

Nós na garganta a apertar

E tanta desilusão

Que não os posso versar...

Há negra noite ao redor

E de tudo, é ainda pior

Tal perfume de morte no ar...

Acendam as luzes,

Estou refém dos abusos

Que causei à minha alma,

Estou amarrada à lama

De minha própria decrepitude...

Jamais poderia amar-te,

Jamais poderia entregar-te

Meu corpo tão livre de mácula...

Permiti que foste meu prazer,

Agora és meu perecer...

E é tal decremento

O maior arrependimento

Que eu poderia conter...

Vivo a condenação

De ver somente a escuridão

À qual eu mesma dei vida.

Pago a sentença tecida

Tateando a reprovação

Que grita em eco dentro de mim...

Acendam as luzes

Tenham piedade desta alma cansada

Ouçam a oração entrecortada

Que convulsivamente se repete...

Vejam a monstruosidade que se reflete

Na cristalina água do lago da vida...

Acendam as luzes

Silenciem meus pecados,

Meus enfados, minha ruína

Perdoem esta pobre menina

Que com a vida jogou dados...

ll PaRaBoLiKa ll
Enviado por ll PaRaBoLiKa ll em 16/10/2011
Reeditado em 08/11/2011
Código do texto: T3280851
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