UM GRITO NO VAZIO

No paraíso, na selva de pedra,

No silencio da penumbra sombria,

Parasitava em meus devaneios

Olhando aquela noite fria

Somente o canto da coruja ouvia.

Hruuu, hruuu, hruuu,

E meu coração com vontade de gritar,

Mas neste silencio medonho

Meu grito não ecoava,

No interior de meu cativeiro

Em meu peito sufocava

Ouvia-se um chilrar de um som estranho.

Na penumbra das zero horas

Eu queria ao mundo gritar,

Mas minha voz emudeceu

Paralisando todo meu eu

No silencio deste lugar.

E a coruja e sua sinfonia

Hruuu, hruuu, hruuu,

Olhei pela fresta da janela,

Nada vi, pois a penumbra era imensa

A voz não saia, para então poder gritar

De repente não sei como

Soltei meu grito, porem no vazio.

Se misturando aos outros sons

De corujas, sapos e grilos

Mas na imensidão da penumbra

Meu grito não pode ecoar,

E eu adormeci neste vazio

Tentando ao mundo inteiro gritar.

J. Coelho

José Coelho Fernandes
Enviado por José Coelho Fernandes em 13/10/2011
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