Maré Morta
Maré Morta
Toda carne é provada no fogo do seus demônios,
os caminhos se escurecem no perder do tempo.
Não houveram lágrimas mas a dor tão sinistra,
tornam para mim todas as ondas dá negra maré.
Esta minha cruz velha descascada pela maresia,
os meus anseios escondidos em covas rasas na areia.
Já não sei se realmente caminhei ao longo to tempo,
a ventania sempre pareceu dominar meus passos.
Vans memórias para queimar e me aquecer do frio,
minhas mãos sempre segurando meu mundo vazio.
Junto pedras e nem ao menos consigo erguer muros,
a maré morta está tomando minha alma de mim.
Não adianta gritar se tudo é um lugar algum,
um ócio que me leva no precipício que gita por mim.
Lembro do tempo que meus gritos me salvavam...
Não me restam razões que me impulsionem a respirar.
Victor Cartier