Ando Pelos Passos...

Ando pelos passos, mas o único caminho que avisto são os impasses.

Caminhar é natural, mas prosseguir talvez seja o sobrenatural.

Vivo nas crípticas dos meus pensares.

Inócuas as minhas reflexões, mas, mesmo assim, não aliviam minhas maldições.

Não sei o que houve no passado, mas sei que sou amaldiçoado no presente.

Já o futuro nem sei existirá.

Talvez eu seja premiado com um Nobel pela exatidão de pensares.

Mas talvez eu seja deserdado pela transbordação da tristeza.

Desenojado do meus prazeres,

Primeiro tenho que matar a fome de minha barriga roçando, para que, depois, eu possa alimentar a dos outros.

Não posso fixar minha mente nas mesas dos outros, sem que eu possa trazer um pão com manteiga para a minha própria.

Qual barriga ronca mais?