Ausência
Estou sozinho.
Descabelado.
Desmoralizado.
Desmantelado em cacos pela casa junto as tuas fotos, cartas e roupas jogadas pelo chão.
Esparramo-me.
Estico tronco, braços e dedos na tentativa frustrada de me fundir a algo teu.
Eu surto. Grito teu nome, bato a cabeça, atiro quadros e sapatos contra o nada que esse apartamento se tornou.
Não foi justo. A falta de aviso.
Detesto a mim mesmo. Antipatizo com o mundo. Desagrado as visitas.
Então eu erro. Desacerto a garrafa, desencontro da porta, deslizo da vida.