NUM VELHO-BEBÊ

Há quem me ache e me diga velho,
mas eu me sinto um bebê!
Contra a idade na alma e da alma,
enfim, desvelo,
sou o nó do pingo d’água,
é só crer pra ver!...

Como neném, sou chorão,
carente de carinho,
dependente de atenção...
Acordo no meio da noite
e me encontro tão sozinho
em meio à escuridão!

Dou trabalho,
sou indefeso,
e quando ralho...
Senti-me preso!...
Amor espalho
a cada ensejo.

Se engasgo e perco o ar,
é que desaprendi a respirar
ou muitas vezes é um mosquito
de tamanho pequenino...
Mas engulo um elefante
sem ficar assim, arfante...

Creio ainda e até imploro
que precise ser adotado...
Prometo ser menino comportado...
Se souberem me levar...
Garanto que não darei tanto trabalho,
Mas precisarei de muito colo...

Ando em busca do meu pólo!

Por fim, um velho-bebê,
inconformado com a velhice,
querendo como já disse
ser feliz e nada mais...
Para mim felicidade
é tudo o que me apraz!

Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 03/10/2011
Reeditado em 03/10/2011
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