Solidão

"Me encontro aqui.

Sem ninguém para abraçar.

Sem ninguém para conversar.

Sem ninguém…

Convivo com minhas sombras,

minhas incertezas,

meu imaginário.

As vezes ele tende a me iludir,

as vezes ele tende a me alegrar.

A loucura parece a única saída agora,

já que não tenho nenhuma alma

para me confortar.

O tédio é minha ruína.

O vazio, minha vida.

O inexistente, meus sentimentos.

O silêncio, minha voz.

Eu não pertenço mais a esse mundo.

Sou um ser errante.

Apenas um espectador,

somente esperando nas sombras,

por algo que torne a vida relevante.

As pessoas vem e vão.

Estão sempre indo para algum lugar.

Elas me olham, me julgam com temor

ou talvez curiosidade,

o ‘por quê’, parado, estou lá.

Estou esperando há muito tempo.

Calmo e impaciente,

a hora chegar.

O tempo é cruel,

com aqueles que o querem dominar.

O tempo é cruel,

por tirar horas de alegria,

deixando somente,

a interminável agonia.

Eu me enclausurei,

em minha fortaleza de solitude.

O isolamento da alma,

Aguardando noite e dia,

sob o frio da chuva

ou o calor do sol,

o momento

em que tudo isso

iria acabar.

Nada mais tenho do que uma rosa morta, em mãos

e a esperança de ela, eu reencontrar.

Por isso eu espero. E assim irei.

Forçado a viver com a solidão.

Com os meus demônios, meus fantasmas

minhas incertezas e meus medos.

Até o dia,

que eu terei ela em meus braços,

dissipando assim os meus pesadelos,

trazendo a calmaria

para o coração inquieto

de um homem amaldiçoado.

Eu espero por ela,

bela e tenebrosa.

Eu espero pelo dia,

em que a Morte irá chegar….”

Gabriel Almeida
Enviado por Gabriel Almeida em 01/10/2011
Código do texto: T3251789
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