Solidão
"Me encontro aqui.
Sem ninguém para abraçar.
Sem ninguém para conversar.
Sem ninguém…
Convivo com minhas sombras,
minhas incertezas,
meu imaginário.
As vezes ele tende a me iludir,
as vezes ele tende a me alegrar.
A loucura parece a única saída agora,
já que não tenho nenhuma alma
para me confortar.
O tédio é minha ruína.
O vazio, minha vida.
O inexistente, meus sentimentos.
O silêncio, minha voz.
Eu não pertenço mais a esse mundo.
Sou um ser errante.
Apenas um espectador,
somente esperando nas sombras,
por algo que torne a vida relevante.
As pessoas vem e vão.
Estão sempre indo para algum lugar.
Elas me olham, me julgam com temor
ou talvez curiosidade,
o ‘por quê’, parado, estou lá.
Estou esperando há muito tempo.
Calmo e impaciente,
a hora chegar.
O tempo é cruel,
com aqueles que o querem dominar.
O tempo é cruel,
por tirar horas de alegria,
deixando somente,
a interminável agonia.
Eu me enclausurei,
em minha fortaleza de solitude.
O isolamento da alma,
Aguardando noite e dia,
sob o frio da chuva
ou o calor do sol,
o momento
em que tudo isso
iria acabar.
Nada mais tenho do que uma rosa morta, em mãos
e a esperança de ela, eu reencontrar.
Por isso eu espero. E assim irei.
Forçado a viver com a solidão.
Com os meus demônios, meus fantasmas
minhas incertezas e meus medos.
Até o dia,
que eu terei ela em meus braços,
dissipando assim os meus pesadelos,
trazendo a calmaria
para o coração inquieto
de um homem amaldiçoado.
Eu espero por ela,
bela e tenebrosa.
Eu espero pelo dia,
em que a Morte irá chegar….”