SONATA A SÓS...
Pela fresta do reverso
sentinela - realidade
Da espuma esculpe o verso,
na esquina,a sensibilidade.
Celeiro em permuta passiva,
impulso eloquente de um instante
Miragem,cinzel,simetria
que eu me afaste,ao mero alcance.
Olhos tristes,devaneios
um perfume-lírios do campo
Mágoa no colo do anseio,
entre flores e o vácuo do pranto.
Versos de mel em castiçais de lua
espelho d'água - cais de prata
Um encanto,alma nua...
em acordes soluço em sonata.
Éter e abetos no quintal,
berço do mago sutil
Canção do vento ancestral,
entidade que o coração intuiu.
Cedro em línguas de fogo,
alvo e arqueiro ao crepúsculo
Soneto entre nesgas de sopro,
a intensidade,lacuna que busco.
Guerreira no expresso do tempo,
o poder,o estigma - estribilho
Por mais me encante o pensamento,
a sentença absolve os sentidos.
Ave mulher - névoa alecrim
nardo,hortelã em arranjo
Murmúrios,rastros de mim,
na lenda poética do Arcanjo.
Meus olhos deslizam no vácuo,
na escala sem nexo ou valor
Dardos de areia no espaço,
poesia,em traços de dor...