SONATA A SÓS...

Pela fresta do reverso

sentinela - realidade

Da espuma esculpe o verso,

na esquina,a sensibilidade.

Celeiro em permuta passiva,

impulso eloquente de um instante

Miragem,cinzel,simetria

que eu me afaste,ao mero alcance.

Olhos tristes,devaneios

um perfume-lírios do campo

Mágoa no colo do anseio,

entre flores e o vácuo do pranto.

Versos de mel em castiçais de lua

espelho d'água - cais de prata

Um encanto,alma nua...

em acordes soluço em sonata.

Éter e abetos no quintal,

berço do mago sutil

Canção do vento ancestral,

entidade que o coração intuiu.

Cedro em línguas de fogo,

alvo e arqueiro ao crepúsculo

Soneto entre nesgas de sopro,

a intensidade,lacuna que busco.

Guerreira no expresso do tempo,

o poder,o estigma - estribilho

Por mais me encante o pensamento,

a sentença absolve os sentidos.

Ave mulher - névoa alecrim

nardo,hortelã em arranjo

Murmúrios,rastros de mim,

na lenda poética do Arcanjo.

Meus olhos deslizam no vácuo,

na escala sem nexo ou valor

Dardos de areia no espaço,

poesia,em traços de dor...

Laura Di Paula
Enviado por Laura Di Paula em 28/09/2011
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