Vagamente...
Eu me lembro de ti tão vagamente,
que mal posso definir tua figura
entre os fantasmas que trago na memória.
Dentro de baús empoeirados
que abro e reviro, pacientemente,
nesta monótona angústia de procura,
vejo a que foi reduzida a minha história,
feita de despedidas e passados
amarelados e roídos pelo tempo.
Eu me lembro de ti tão vagamente
que este amor já nem serve como exemplo
do que um dia foi só felicidade
e aos poucos transformou-se na saudade
que apaga o que resiste em minha mente.
Eu me lembro de ti tão vagamente,
sentindo cada vez mais perto o fim,
porque agora, e só eventualmente,
também lembro, vagamente, até de mim.