Amor outra vez

Sinto a extrema necessidade de voltar a superfície

e respirar...

sem que a pressão monstruosa desse oceano de memórias

intrínsecas, ressentidas

como águas profundas e escuras e lamacentas e esquálidas

possam exercer sobre minha vida

influência tão nefasta e destrutiva.

Quero estar novamente no alto de uma montanha

sentindo os dedos do sol

tocando suavemente o meu rosto,

onde uma forte brisa primaveril,

dessas que espantam o inverno pra longe,

aconchegue meu corpo em seus braços, enquanto

brinca com os meus cabelos.

Quero embebedar-me de paixão,

ser persuadido por saudades no momento preciso

em que, nova e verdadeiramente, me domine o amor.

Me lançar sem medos

do alto dessa montanha russa

só porque tenho a certeza de que

o seu amor me protege, me abriga,

me alimenta...

Não me deixe afogar

nessas águas revoltas e amargas,

me estenda a mão, e perceba

nessas linhas confusas

o quanto preciso de você por perto,

o tempo necessário para que

eu me torne

amor outra vez.

Erminio Rezende
Enviado por Erminio Rezende em 24/09/2011
Reeditado em 25/06/2012
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