Pássaro

Um pássaro, hoje sou eu assim, com a gaiola quebrada

Com asas cortadas, procurando a mão protetora para pousar

A liberdade a tanto tempo negada causa-me medo

O que aconteceria, se voasse por cima das árvores, ou se sentisse a adrenalina do vendo por entre as minhas penas?

Seria loucura abraçar os raios solares?

É tenta imensidão de céu e tão inútil

A chamada liberdade é meu grito de suicídio

Vibrante ...

Atônito...

Meu canto metamorfose, horas triste, horas tudo

Dádiva de incêndios

O aço de tua prisão raivosamente açoitava-me

Embrenhava-te em minha carne

Em meus desejos em todos os meus beijos

E os beijos que te dei, não os dei a mais ninguém

Nem aos que me mandam cartas perfumadas

Essas horas absurdas, esses meses sem sentido

Toda a falta de sintonia e senso

Pouco importa-me a porta dessa gaiola aberta

Não aprendi mesmo a voar...

Maldição!

Maldição!

Eu pássaro , não aprendi a voar...

Janaina Cruz
Enviado por Janaina Cruz em 23/09/2011
Código do texto: T3236242
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