Pássaro
Um pássaro, hoje sou eu assim, com a gaiola quebrada
Com asas cortadas, procurando a mão protetora para pousar
A liberdade a tanto tempo negada causa-me medo
O que aconteceria, se voasse por cima das árvores, ou se sentisse a adrenalina do vendo por entre as minhas penas?
Seria loucura abraçar os raios solares?
É tenta imensidão de céu e tão inútil
A chamada liberdade é meu grito de suicídio
Vibrante ...
Atônito...
Meu canto metamorfose, horas triste, horas tudo
Dádiva de incêndios
O aço de tua prisão raivosamente açoitava-me
Embrenhava-te em minha carne
Em meus desejos em todos os meus beijos
E os beijos que te dei, não os dei a mais ninguém
Nem aos que me mandam cartas perfumadas
Essas horas absurdas, esses meses sem sentido
Toda a falta de sintonia e senso
Pouco importa-me a porta dessa gaiola aberta
Não aprendi mesmo a voar...
Maldição!
Maldição!
Eu pássaro , não aprendi a voar...