VIVENTE
“VIVENTE”
Amar-te mais,
Que a cura,
Dos meus problemas
Que meus dilemas
Sistema de loucura,
De amargura,
Que rouba o degustar
Dos meus lábios
Aos dá-los,
Para os cálculos dos anos
Que resistentes,
São desistentes,
De maio.
Dissidentes,
Do propósito parco,
Do pacto,
De se doá-los
Enquanto se ressentem
Frente àquela que os apaixona,
Incontinente
Exceções em perdões
Sem abraços,
Sem esquadro
De absorvê-la
Por inteiro,
De vê-la
Múltipla
Feito à pena,
Ruptura,
Ao tinteiro
E ao sereno ato
Destrato saldo
Em que salgo,
Meus medos
Com seu sorrir veraneio,
De amor inato
Pavor de mim
Em seu amor indomado
Eu que amo,
Que tramo,
Regrá-la
Ao despertá-la
Para um servir visionário
Teu amor,
É meu olhar enfermo
É ao que me prendo
Ao viver despedaçado
Amar-te é somente,
Libertar-se as passadas
E o passaredo para a vida
E por fim amenizar-se
Aos frescores da vida
E aos favores
Que a fria morte,
Decorre de uma ferida:
De teu amor,
Que me repreende
Onde a foice é meu consorte,
Que me esquente
Ao imaginar-te sem códigos
E dependente
Como informe à mística
Dos que hão de ser pródigos
Amar-te é congratular-se
Para a dor da rima
Paralisar-se,
Para o caçoar
Que aflita ao debutar-se
Teu amor que é para sempre,
É para que sempre me salve
Das dores paridas,
Pelo desarme.
Amar-te é a súplica pública
Ao mendigar-se do sabor
Que deslumbre quem se desmente,
Em meu delator
Em que meus lábios
Viventes são dependentes
Do teu amor,
Que não se desprende
Nem que ficasse.