COISAS DO PASSADO

“COISAS DO PASSADO”

Coisas do passado

Achado para um repor

Rubor que avermelha a trilha

Que representa a fina flor

Que espolia a meta

Passada em dois

Quem foi,

A pedra que excomunga

A obra que repudia

O Senhor?

Que te deu minha vida,

Que me entregou

Tão linda e bela

Regalia,

Que se lia,

Em meus olhos amor?

Que contamina,

A mina,

E se esfria

E que se transformou

De sorriso,

Em guiso

E se traduz

Em liso fator

Por onde em meu peito

Obrigou meus sonhos a se pôr,

Transitando a felicidade e o dia

Em mortos a se decompor

Coisas que o passado renega

Não nega, porém, que é festa,

Banhada em ódio

Simplório,

Como o amor que não nos aproxima

De cima de sua conduta

Labuta meus sonhos foscos

Monstros de agora

Em que não somos,

Mais que rixa!

Renegar o passado,

Do qual,

Não mais me acho.

Eu abraço

A dor que se culmina

Menina,

Coisa que me alucina

Mesmo que não referendo

Fria dor do acometimento:

Por que me prendo

A uma coisa já repetida

E tida fração?

Segundo,

Em que o mundo,

Curva-se

Anula-se,

Para todos os outros beijos

Em trajetos de trama

Que inflama o drama terreno

A levar-me ao longe

Logo,

Onde o monge

Destrata meu aborrecimento

Creio que sou incapaz

De em paz deixar-me

E ao passado,

Por tão cedo

Queimo o álbum

De minhas procuras

A cada choro

Ao qual me empenho

Tenho medo de mim

E de minha solidão de culpa

Multa,

Que extingue

Todo o tempo seco

Que resfria a lágrima

Gravura,

Do arremedo de gente

Com o qual,

Sempre,

Refreio todo o destrato

Emoldurado

E capitaneado,

Pelo o que repenso

Não sou mais seu

E nem de mim,

Não sou mais vento,

Nem estopim

Sou eu,

Que não me entendo

E que me tenho

Ao passado abandonado

Pelo caminho

Vetado,

De nós mesmos.

Omar Gazaneu
Enviado por Omar Gazaneu em 20/09/2011
Código do texto: T3230382
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