SE VOCÊ VOLTASSE
“SE VOCÊ VOLTASSE”
Se você doasse
A difusão do pensamento
Em contraprova
E voltasse
Em secreta inconformidade
Diria-se em prosa
Que cobra,
O que não tenho
Se tudo não houvesse acabado
Eu me faria rogado
Por tanta saída
Que faço,
Há tanto tempo
Aniquilado
Num despiste
Tratado
De Adeus
De seus contatos
Condados
De aprendizado
No apanhado
Ápice de minhas decisões
Como as facções
Que atentam à vida
Em retidões
E possessões
Sem tratados
Tradições de infidelidade
No amadurecimento da cumplicidade
No soluço dos amantes
Por manterem-se,
Pelo quê se dosarem
Crista que barra os olhos
Para a indisposição
Sobreposição que abriga
O ferino despeito
Não queria voltar
Queria tão somente gozar
Em companhia
Do que é me tomado
Se eu amasse a matiz do passado
Atrairia ao chão que brota
Meu coração num fomento
Onde sol e chuva
Transformam a juventude em rugas
Para eternizar um corpo seco
Seco de vida,
Seco de serventia,
De cria e de forra
Ao que se propõe,
Ao retalhar o que lhe foi
Encanto terreno
E mensurado
Feito eu,
Surrado,
Forasteiro!
Ponha as mãos,
Sobre o meu peito
É teu
E se dá em respeito
Ao coração que ao bater,
É meu
Por estar desapropriado
E por Deus,
Esfacelado!
Se você voltasse
Faria de mim,
Um calado,
Arderia na chama
Logrado e covarde,
Para que se amasse,
Mesmo que orquestrado
De uma mentira heroína,
E sovina
De que me amarias,
Descerradas as cortinas
E ficarias,
Sem fim!