calado da meia noite
meia noite,
tudo que é escuro se predomina,
se torna dono dos espaços,
dos cantos sujos,
homens, mendigos e bebados,
poetas que se entregam a cirrose,
o cheiro de chuva,
ou o berço dos que nascem,
micóbrios e esperma pelo o chão,
jorrado em meio ao plástico,
ninguem sabe quem pode cantar,
e tudo acaba depois da meia noite.