O SILÊNCIO DAS PALAVRAS

Oque fazer quando as palavras

Recusam-se a dialogar?

Acaricio a alma delas?

Fico de joelhos,imploro,

Ofereço-me como escrava

De todos os seus anseios?

Ou simplesmente

Convido-as para um passeio?

Se nada disso adiantar

vou espalhar ao mundo inteiro

Tamanha ingratidão!

Todos que ouvir meu eco

E cochichar ao coração

Em sinal de meu protesto

Também mudos ficarão!

Como recusa de tal atitude

Ei de versar sobre o silêncio

Que ora emudece

Sem explicar a razão!

Retiro a mordaça das letras

Encaro a verdade que oprime

Descubro a forma sublime

De acabar com a solidão!

Lá vem elas cantando faceira...

Implorando para serem tocadas

Já não se importam com fineza

Pedem para ser imprimidas

Até mesmo em papel de sobremesa!

Oque vale é persistência

De quem busca fazer as pazes

Tecer a mais pura arte

Nos confins da consciência...

Resmunga uma das sílabas

Ainda ressabiada pelo

Abandono e indelicadeza!

TERÊ ARCELES
Enviado por TERÊ ARCELES em 17/09/2011
Reeditado em 26/12/2011
Código do texto: T3224832
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