AMOR SEM MEDIDA

“AMOR SEM MEDIDA”

Um amor não se mede

Inverte ao banalizar-se,

Ao ressabiar-se

Sempre que a amargura,

For rum

Que ruma ao descrédito

Que não se mete

E que não se espere,

Apenas um,

Sabatinar-se

Avariar, avalizar,

Variar desavertidamente,

Vergonhosamente,

Cruzar a cinta

E as amarras

Que lhe pendem

A lados tão opostos

Tão focos de latejo ardente

As calças e alças,

Em danças,

Onde ancas frondosas cedidas

Esquentem a toca intermitente

E os cabelos em folga

Em tosas intercedentes

Em dentes que se mostram

Em propostas,

E em troca,

De bebidas de fogo indolente

Indecente feito o inocente que teme

Apropriar-se da paixão,

Que é quente.

Porque se vê

Sem medida,

Preso em usar-se

Em tudo,

A que se identifica

Como inteiramente puro

Como o aço testudo

Couraça,

Para um mal perene

Pene ao compilar o vento,

Em touradas

Em duelos, entre,

Os mistérios e os monastérios

Etéreo dolo informado

Encorpado como a fúria

De uma crista

Ao vento escasso

E úmido dos beijos correntes

Recorrentes aos enfeites

De dupla mágica

Por onde aja,

A falha

Que separou os continentes,

E a nós eternamente

Geologia da costa

Em que acaricias as costas

Que se mostra

Para um amor ardente

Vidente de tudo que se conhece

E que, portanto, se ignora,

Como a folga

Que lança a pedra,

A queda imprevidente

A complicar-se no efeito

Do sabre que é puro

A convidar-me ao luto,

Em que luto,

E que turro,

Em contemplar-lhe

Que não me cumpro

Aos incultos estupros

De todos os que se zombarem

Abster-se os olhos ao começo

Do picadeiro em que são reclusos

Os turcos, os fenícios e os indícios,

Que Vinícius os eternizarem

De veludo e de mãos que lhe preparam

A enfrentar um lar

Pois são desnudos

Do lisonjeio achaque

Que parte,

De um recurso

Até ao grande finale!

Abnegado,

Negado,

Dado ao ato

Ao fado,

De chorar-se,

E cocar-se

Os dados

Pelos estragos

E aos estalos dos uivos,

Dos ruivos que nos dominarem

Este amor que não tem medida

Que vem em forma de mira

Dengosa e lisa

Como primazia

Afim de um novo tempo

Como o amor é tão carnudo?

Farroupilha, Canudos,

Cultos e pitonisas

Ficas comigo,

Mesmo que apenas mais um só minuto

Em que se reza pela cartilha fria

E aflitiva

De química nostalgia

Recuso a dor

Que ama a sutileza,

Esdrúxulo,

De beleza morta

Dos mais intrusos

De paixão e crepúsculo

Na aparição,

De tantos lusos

Amar-te é um bem celeste

Veste de púrpura fina

Venha a mim, menina,

Amo-te fraternal

Expire,

O sopro de minha vida!

Carnal,

Pressintas a condição fatal

E angelical,

De que se valia

De buscar-se por cais,

Por mentes,

Elevadas a sucursais

Que enfeitem,

A este,

E aos próximos natais

Vitais e naturais

Em sobrenaturais

Florais

Sem mais,

Em sais,

Sem seu adeus

E ais,

De teor presente.

Suor de vigília,

De se repita,

De rima,

Que conduz o texto,

Ao sentido

Ao sexto e ao cesto

Em que se elegia

Confessar que se confisca

Ao conflito do amigo,

Em ajudar-se

Frente ao declínio

E ao fascínio cínico

Dos que estão marcados,

Fatigados e ávidos

Pela condição fetal

Do acidente,

De se culparem

Amor sem medida

Lembranças falidas

Pálido feito cria

Egresso do medo

De não se comprometer

De se preceder a angústia fraterna

Dos tempos múltiplos e carinhosos

De encontros gostosos

E fogosos

De gosto,

De gozo,

De se receber.

Como posso amadurecer

Para uma nova conquista

Ativista e vista

Em embuste que me multe?

Para que não converta mais erros

Nos arrependimentos

Que vendemos

A todos que são catres

Pais, emendas,

Não se trai,

Intentos que contamos

Atentos aos panos

São as vestes

De nosso embate

Carpe a flor

No lugar do medo

Eu tomo seu beijo

Em ruas e lugarejos

Que incitarem os guerreiros

A nos citarem

Ao fim do desenlace

Empate de dores

Ronco dos sabores

Dos beijos que se beijam

E dos lábios que se beijem

Sem o veneno da cura,

Que mate

Apenas a dor

É que se alimenta

De pena.

Que pena,

Que não se atenta

A seca da letra

Dos que por ela

Recontem seus pares.

Omar Gazaneu
Enviado por Omar Gazaneu em 13/09/2011
Código do texto: T3217329
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