Sete dias
Nessa semana, percebi o quanto perdi nos dias em que, pensando ganhar tudo
Mal cuidei do coração, nem corpo são
E todas as cavidades da alma preenchidas com falsidade
Algumas com nome e peso definidos
Numa lividez tão logo desespero
Palavra-chave na fuga sempre confusa
Por que sempre é mais fácil precisar de algo do que de alguém?
Remoendo injustiças, sob meu julgamento imparcial e (mesmo assim) manco
Os velhos amigos estão sempre mais inteiros do que eu
Câmbio ... quase nada é indolor
E quando se vai ... sabendo que o que ficou não nos pertence mais?
Só nos resta chorar com o nome na boca do passado
Autenticando mesmo o que opôs ao que se quis
Que se a vida é um mar aberto, numa imensidão de dar medo e dar prazer
E o sujeito não se tem, não se quer ou suporta
Fica difícil praticar qualquer paz
Um caminho ao se arrastar
Porém sempre existem mais pedras do que se pensa
As que são, e as que nos atiram ...
Daniel Sena Pires – Sete dias (12/09/2011)