MEDO
MEDO
Caminhando na vida sem rumo
Eu procuro você no futuro
Mas a cada dia que passa
O meu futuro passa junto
E você se torna mais distante...
Uma distância enorme me separa
Do passado, do futuro, de você.
Eu não lhe encontro mais
Em parte alguma da minha vida
A não ser nas minhas lembranças
Que, aos poucos, se tornam
Fracas.
Apagadas.
Esparsas.
Distantes...
Vasculho a minha vida de alto a baixo
Revirando todos os meus guardados
Para lhe encontrar e, mesmo assim,
Às vezes, é preciso inventar
Criar fantasias enfeitando os momentos
Que foram ou que nunca foram vividos
Para que se tornem bonitos.
Os vividos estão tão
Velhos...
Tão frios...
Tão distantes...
Vivo sobre as cinzas deste amor
Tentando impedir o infarto de um sonho
Que morre todos os dias, saindo da
Ante-sala da ilusão passando para
A melancolia da história...
Mas estou vendo que o amor morre junto com o sonho
E nada posso fazer para impedir que isto aconteça
A não ser que, de repente, você surja do meio das cinzas
Fazendo renascer, em mim, a certeza do seu amor
Que revigorará e rejuvenescerá o meu amor.
Mas, isso também, é uma vaga esperança
Que, aos poucos, está se desvanecendo
Sendo substituída pelo medo.
Medo de não mais lhe encontrar
Em lugar nenhum nem em mim
E ter que ver esse amor morrer na
Saudade, na solidão
Do desespero, para depois
Tudo se tornar vago,
Distante, difícil até de lembrar...
Marsoalex 22/09/99