É Noite...
Aflita,
Eu enfrento a fria madrugada.
Em silêncio, espero a promessa do sol.
Continuo cultivando quimeras,
Com os olhos misturados ao horizonte
Assisto ao mar desejando o alvorecer.
Constrangida com as vagas que me cegam,
Encharcada de esperanças que me seguem,
E intrigada pelo longo anoitecer,
Eu enfrento a fria madrugada,
Com os olhos esquecidos no horizonte,
Espero a escuridão arrefecer.
Exausta por estes dias sem perdão,
Inebriada de lua, estrela e solidão,
Esta noite esqueceu o seu terminar.
Aflita, eu enfrento a fria madrugada,
Olhos olvidados no horizonte,
O mar é minha única platéia,
As vagas são o único sussuro,
E sua espuma o único alívio
Neste eterno entardecer.