POEMA ENLAMEADO
Outra madrugada e eu a vagar.
Sem sono, sem sonho, sem ter um lugar.
Perdida em letras que não me pertencem,
escorrendo em frases sem tanto pesar...
E o que sinto, não demonstro, aqui só escrevo.
E o medo que me seguia foi embora com a noite.
E a casa que me abrigava caiu no primeiro sopro.
E a tempestade que passou levou os restos de mim.
E ali, naquele chão tão pisado, num poema enlameado,
restou-me essa solidão que não tem mais fim...