SOLIDÃO

SOLIDÃO

Sinto-me um barco a correnteza

Encurralado em minha fortaleza

Vagando no mundo de incerteza

No peito carregando uma tristeza

Tarde melancolica e tão dolorosa

Acordado em uma noite chuvosa

E desabafando em verso e prosa

Dividido entre o espinho e a rosa

Agonia encravada que não sai

Os passaros voam, o sol se vai

Acababa-se o dia, e a noite cai

Um filho sem a proteção do pai

Sinto-me perdido meio ao deserto

Sem nada sem ninguem por perto

Indefeso e com o meu peito aberto

Sem diferenciar o errado do certo

Me afogando pelas águas do mar

Sufocando-me sem poder respirar

Taça de vinho para me embriagar

Escondendo-me a tristesa do olhar

O vento derruba as folhas no chão

Sozinho caminhando na escuridão

Pensando muito além da imensidão

Procurando a cura de minha solidão.