LAÇOS DE LINHAS
À mira de tuas belas retinas,
Tua mente, assim, caminhas
Pelos sentidos desta tua sina
Por entre carretéis de linhas.
A ponta que em ti se alinha,
Impede-me que eu vá além,
Do que me consente a linha
Ao tempo que não me retém.
Vida que em mim continua
Em ruas que não me seguem,
Qual punhal em carne crua
Feito fios que me perseguem.
Sangue escoando quimeras
E nem sei se me é permitido,
Mas deixei palavras sinceras
Que, pouco me resta sentido.
Agora, todo tempo é partida,
Não mais tal flor deste jazigo
Que exala os cheiros da vida,
Agora,em mim, só e recolhido.
Os néctares ainda em mim...
É preciso que haja despedida
Pois todo começo é um fim,
Qual água que esvazia a vida.
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Giovanni Pelluzzi
São João Del Rei, 31 de agosto de 2011.