A chuva
Era um amor iluminado,
onde dois amantes se doavam,
e era tanto amor doado,
e as juras eram raios de sol.
O brilho de nossos olhos,
nossas mãos que irradiavam carinhos,
nossos corpos resplandeciam,
auras luminosas de amor.
Mas ai que chegou uma chuva,
que se engrossou em tempestade,
e hoje só resta a saudade,
do meu amor que me deixou.
As gotas que molham agora,
são de chuva e de choro,
vendo o orvalho crescer nas flores,
na espera de vê-lo voltar.
Meus olhos parados no tempo,
minguados de tanto chorar,
um escuro na alma e o vento,
que não param de me castigar.
Onde estava o nosso amor,
que não se abrigou na tempestade,
se deixou levar na enxurrada,
e levou também a caridade?
O remorso que castiga meu peito,
o pensamento que não para um segundo,
como eu queria voltar o momento,
em que desabou nosso mundo.
A espera de um fecho de luz,
que só o perdão pode trazer,
pra esmagar o orgulho,
para o amor voltar a viver.