Só
Só o manto da noite
acolhe minh’alma cansada.
Ao longe, os latidos de um cão vadio
se perdem nos desvão das horas mortas.
O cão tem fome da solidez dos alimentos.
E minh’alma sente sede,
sede de se abeberar na poesia pura
para continuar celebrando a vida.
Mesmo que tenha que continuar só,
ouvindo ao longe os latidos daquele cão vadio,
até o fim d a madrugada.