Nicotina
Pelas minhas cavidades te sinto
Adormeces-me o temor, antes infindo
Fazes-me lânguida por eu saber o quão ridículo
É pensar que ter-te me traz alívio
Doso-te com descontrole tirano
Destruo-me na mais doce constância
Salientas sobre mim poder soberano
Ao qual me entrego com fúlgida exuberância
Fujo de ti por fim, no mais terno escarninho
Contudo volto, saltitando e sorrindo
Por renitente desejo, quiçá um vício
É que em ti manifesto minha vontade de sacrifício.