__SOLIDÃO___

Aprisionada na masmorra da minha mente

Perdida no deserto de mim mesma

Perambulo vagando por horas a fios

Com a poeira da solidão

Soprando e encobrindo meus olhos

Ressequidos pela falta do sono que restaura

E que produz rios de lágrimas doces

Neste deserto que brota no meu peito

Nada de cachoeiras ou flores

Apenas a solidão é soberana

A madrugada avança e o sono não vem

Meu vulto cambaleante

Procura um oásis

O corpo pede descanso

A alma pede socorro

As grades invisíveis da masmorra

Acorrentam a minha mente

Que tenta com uma força descomunal

Libertar-se das amarras que sufocam

O processo é lento e doloroso

A mente não para, tem medo e aflição

O pensamento carrasco não dá trégua

E o mergulho na escuridão

É cada vez mais intenso

A noite vai chegando ao fim

E como as dores de um parto

Um novo dia nasce no horizonte

E como um fantasma assombroso

A noite vai embora

O corpo castigado rende-se ao cansaço

A exaustão vence a batalha

Assim cumpri mais uma noite

Da minha pena invisível

Presa ao deserto de mim mesma!

Neusa Staut

Agosto/2011

Neusa Staut
Enviado por Neusa Staut em 16/08/2011
Código do texto: T3163135
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