O mosquito e a flor
Poema que estava escrevendo, a primeiras três estrofes quando fui interrompido por uma agente de saúde combatendo a dengue, aí perdí a inspiração e virei o fio.
Uma só mácula rouba a beleza,
que repousa no ramo da pureza,
torpe mancha, matiz da tristeza…
Haverá outra primavera,
renovando a cor que tivera,
aquela flor, então linda e sincera…?
Não com água e sabão,
no balneário do coração,
limpam os agentes do perdão…
Droga! Antes que o tom transmude,
lá vem a interrupção;
As palmas do agente de saúde,
um penetra no portão;
E de tudo o que foi dito,
perdeu-se o fio, o sabor;
Tantos cuidados com um mosquito,
ora, to cuidando da minha flor…!