TUDO CHEIRA A SOLIDÃO
Clara da Costa
Um grito surdo,
uma explosão calada,
nuvens tempestuosas em surdina,
olhos que morrem na retina da solidão.
Aquelas palavras não ditas,
a felicidade evaporada,
na fria madrugada,
consumindo a razão e os sentidos.
O tato persegue as horas,
ela acordada e muda,
ouvindo a voz da noite,
que se esvai junto com o silêncio,
Em cada canto,um dia teve o encanto,
de braços entrelaçados,
de corpos aconchegados,
de bocas coladas.
Sem ele,
tudo cheira a solidão...