TUDO CHEIRA A SOLIDÃO

Clara da Costa

Um grito surdo,

uma explosão calada,

nuvens tempestuosas em surdina,

olhos que morrem na retina da solidão.

Aquelas palavras não ditas,

a felicidade evaporada,

na fria madrugada,

consumindo a razão e os sentidos.

O tato persegue as horas,

ela acordada e muda,

ouvindo a voz da noite,

que se esvai junto com o silêncio,

Em cada canto,um dia teve o encanto,

de braços entrelaçados,

de corpos aconchegados,

de bocas coladas.

Sem ele,

tudo cheira a solidão...

Clara da Costa
Enviado por Clara da Costa em 13/08/2011
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