Não dito e maldito
As verdades não ditas
Não são verdades,
São imaginações reais
Os amores não verbais
Não são amores
São sentimentos híbridos
Que se misturam aos ventos,
Aos moinhos, aos vendavais
A borrasca distante em outro continente
Os paradoxos não explicados
Não são paradoxos,
São ciclos ditados pela dinâmica humana
De ser em não ser
E de não ser apesar de estar sendo…
Todo esse silêncio eternamente semântico
Todo esse signo grafado pelas fisionomias humanas
Riscado por rugas, por esgar e faceta
Grifam e gritam
Dores, angústias, esperanças, felicidades
Jacentes à alma humana
O homem a tudo humaniza
Da pedra ao éter
E é no céu humano
Onde outras estrelas dispontam
Onde os anjos não cantam em corais
E que o amor brota silenciosamente
Num ritual mediúnico das manhãs
No gotejar secreto das lágrimas
E, por detrás da máscara da face
Que oculta de todos, a evidência escrachada
Que somos nós.
O que é dito e maldito.