Sacerdócio
Achei que fazer poesia,
Fosse só dor de cotovelo,
Uma estrada por onde fugia
Cavalgando solidão em pêlo.
Irado bradei: Não mais poeto!
Isso é coisa de desamantes
Tão logo joguei o cetro,
Poetei bem mais que antes.
Não dá pra evadir-se à musa,
Que escolheu o sacerdote;
Ela pega, usa e abusa,
Afinal, é dela o dote.
É dor de cotovelo e mais,
Dor de corno se você quiser;
Sublimação dos animais,
Imolados a uma deusa mulher.
Quer saber, não escrevo mais,
Nem menos, só o mesmo tanto;
Agora riem os meus iguais
Que falam o mesmo esperanto…