Sacerdócio

Achei que fazer poesia,

Fosse só dor de cotovelo,

Uma estrada por onde fugia

Cavalgando solidão em pêlo.

Irado bradei: Não mais poeto!

Isso é coisa de desamantes

Tão logo joguei o cetro,

Poetei bem mais que antes.

Não dá pra evadir-se à musa,

Que escolheu o sacerdote;

Ela pega, usa e abusa,

Afinal, é dela o dote.

É dor de cotovelo e mais,

Dor de corno se você quiser;

Sublimação dos animais,

Imolados a uma deusa mulher.

Quer saber, não escrevo mais,

Nem menos, só o mesmo tanto;

Agora riem os meus iguais

Que falam o mesmo esperanto…

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 05/08/2011
Código do texto: T3140719
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