Silêncio

Hoje eu quero um poema.

Mas é só silêncio em mim.

O silêncio também diz coisas.

Mas não consigo ouvir.

Há silêncio dos sentidos.

Emudeceram-se os olhos, os ouvidos...

As mãos já não sabem tocar

os cheiros que volteiam

iluminando o ar.

O aroma, a fragrância da vida,

são coisas já esquecidas?

Já não me estão a visitar?

Não basta só vontade.

O poema é sempre autêntico

Surge quando surge.

Rompe a realidade.

Se agora é só silêncio,

não há poema e fim.

Silencio então o poema

que poderia dizer do silêncio

que toma conta de mim.

04.06.04 SEX 14:35.

Josely Margarida
Enviado por Josely Margarida em 03/08/2011
Reeditado em 02/02/2015
Código do texto: T3137828
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