Silêncio
Hoje eu quero um poema.
Mas é só silêncio em mim.
O silêncio também diz coisas.
Mas não consigo ouvir.
Há silêncio dos sentidos.
Emudeceram-se os olhos, os ouvidos...
As mãos já não sabem tocar
os cheiros que volteiam
iluminando o ar.
O aroma, a fragrância da vida,
são coisas já esquecidas?
Já não me estão a visitar?
Não basta só vontade.
O poema é sempre autêntico
Surge quando surge.
Rompe a realidade.
Se agora é só silêncio,
não há poema e fim.
Silencio então o poema
que poderia dizer do silêncio
que toma conta de mim.
04.06.04 SEX 14:35.