A Porta
Sinto-me porta fechada
De há muito, emperrada
A hera já toma conta
Da porta fechada
Acabada
A pobre porta cansada
Agradece à hera, a umidade
Pois a única que se importa com a porta
É a hera e mais ninguém
Mãos humanas a esqueceram
Há muito tempo largada
E a porta se fechou
Talvez nunca mais se abra
E nessa casa não mais
Entrará amor, carinho
Nenhum sentimento de paz
Silvia Fedorowicz
Mulher Camaleoa
Rio de janeiro, 31 de julho de 2011