Me disseram que eu não podia ser verdadeira o tempo todo. Então amputei a verdade que havia em mim. Hoje vivo uma vida de mentira, de faz de conta.
Me disseram também que amar demais era ilegítimo... perigoso. Então amputei o amor que havia em mim, pois não consegui amar pela metade. E o amor que eu tinha... sufocava.
Hoje tenho uma máscara que se diz: amor. Uso-a quando tenho que demonstrar esse sentimento exaurível que já há tempos não existe de verdade.
Me disseram ainda que não devo compartilhar tudo o que faço. Pois 'O que os outros vão pensar?' - me disseram!
Então amputei a sinceridade que havia em mim. E uso uma máscara com auréola para me proteger.
E assim fui amputando... sentimento após sentimento. Até sobrar um toquinho de mim.
Guardo minhas máscaras em uma gaveta onde tenho fácil acesso.
Visto uma logo que acordo. Troco de máscaras quando vou ao trabalho. Quando saio...
Minha face é genuína apenas quando estou só.
É quando me dispo de toda a falsidade e mergulho no meu eu verdadeiro.
É quando esqueço que máscaras existem.
É quando sou eu mesma... nua e crua...