Desespero
De tão desesperado de saudades e vontade de te ver, que chego a ponto de confundir o tic-tac do relógio achando ser o toc-toc que penso vir da velha porta anunciando você.
Mas o relógio não faz seu ruído por maldade, mas mesmo assim me faz sentir que cada vez que o ouço penso na minha felicidade que foi embora de vez.
E estes dois ponteiros alheios a minha dor vão marcando o compasso que faz com que o tempo siga sempre em frente, me trazendo uma triste angustia a ponto de imaginar que talvez eu mesmo esteja andando para trás.
Que decisão tomar se nem mesmo quebrando este relógio o tempo consigo parar. E também não posso e nem devo quebrar esta velha porta que deixou você passar, e no fundo deste meu desespero sinto que nem mesmo posso me deixar morrer... Sem você me perdoar.