Botequim
Derreto-me em versos com a imagem tua
Que torna monótona até a mais bela vista
Alimenta meu estro, quiçá minha vida
Não me deixes só, dá-me uma dose a mais
Da tua imódica pureza, encha-me a taça
Com a tua fúlgida perfeição... Tira-me a razão
Entenda meu bem, preciso de ti agora
Dizem que és impertinente, mas és meu entorpecente
Lava minh’alma com alívio, pois ela chora
Derramei-te sobre minhas feridas todas
Engabelaste-me novamente, pois a dor voltou
Fazendo-me de ti mais dependente, meu amor.