Solidão
Solidão é olhar à janela e não ver
Sequer um muro de pedra.
É não sentir o cheiro de café,
Nem ouvir o murmúrio de vozes,
E não ver nem mesmo um passarinho
Sobre o fio de luz do poste.
Até mesmo quando o céu azul está limpo de nuvens
Há nisto muito de solidão!
Pois, no oceano celeste, atua sozinho o astro solar
Do despontar do dia
Ao cair da fria noite
E o entrar da lua só lhe diz
Que já é, então, hora de ir
Sem uma companhia que fosse.
Brilhar para inúmeros seres
E não ter um ao seu lado…
O mais alto e belo dos astros é só
E talvez o mais triste de todos.