A SOMBRA DA LUZ
Quando vi estava só
E todo aquele espaço que habitava
E toda aquela rotina
E todo o todo a pouco cheio
E todo um tanto exagero
Quando vi estava só
Cada qual segue sua vida
Cada qual com seus
Problemas
Cada qual ordens extremas
Cada qual com seu cansaço
Quando vi só meu eu
O meu eu traficante
De visões além do alcance
Pois só, buscava adrenalina
Em perfeições sub-extremas
Regozijo do real
Quando vi estava só
Convincente do meu cheio
Intercalaram-se as faces
No vazio o crescimento
Perplexa-me os dois
No desafio a arte
Só, pensei em quase tudo
Só, relaxei as vezes a alma
Só, compactei indefinições
Quase tudo existe?
Cada qual segue sua vida
Quase não é o todo
O todo não é tudo
Só não é quase nem tudo
Espelha-me criações
Só é só
E quando vi já tinha ouvido
Embaralhado a mente
Descodificado o redor
Me restava muita coisa
Descrevi-me no cansaço
Ao descansar-me sonhando
Um exercício sozinho
Destruindo o texto pronto
“Libertas Quae Sera Tamen”
Um ambiente pouco trêmulo
Requinte agouro do espaço
Trabalhava as idéias
Como quem queria tudo
E saiu aquele som
Mensagens da penumbra
Cinzas de meu passado
Revelam em minha mente
Acordos de esquecimento
Certas coisas nunca cumpri
Jaz aqui mais ação
Do que imaginava tão jovem
Encarar-me de frente
Elegante no discurso
Capricho do momento
Só estou cá de novo
E reestruturo o canto
Reestruturo o sentido
Recebo a fé
Aceitei vários convites
Perante a caminhada
Da mentalidade alheia
Navego nos detalhes
Da certidão dos becos
Aceitarei novos convites
Dos nós a sintonia
Angariada pelo eu só
Onomatopéia da queda
Interno muro de Berlim
Jazia aqui
Restituição das cores
Exploradas no ventre
Eito de guerra e paz
Sucumbe a criação meticulosa
Num páramo sem letífico
Quando vi estava só!
Ao redor o mundo todo?
Só é só?
Todo é tudo?
Só é pouco?
Só é falar e estar mudo?
E isso é muito.
E muito complementa o tudo…