Das horas perdidas

Vejo as horas perdendo os relógios,

correndo adiante de outros tempos distantes.

E se nada jamais será como antes,

o que passou é passado.

O presente foi anulado

e o futuro já não me pertence.

Seja quem for, pense o que pense,

não ouço conselhos que descambam em vazios.

E de todas as minhas esperas

naquelas horas de outras primaveras,

afogo as lembranças desse inverno

na ilusão perene dos tantos desvios.

Solidão não há mais.

O tempo é capaz.

Perdi minhas horas,

mas não os meus brios.

OVAL
Enviado por OVAL em 09/07/2011
Reeditado em 08/03/2013
Código do texto: T3084197
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