Exasperado Tempo

Abandona-me, dor de minha dor.

Deixa que eu siga em mar tranqüilo

Eu não quero apenas assim supor.

Nem ter em “benesses” esse asilo

Da-me Deus o descanso eterno

Da-me a paz que tanto anseio

Livra-me senhor desse inferno

Do qual eu sinto estar em meio

Abandona-me, esses olhos aguçados meus.

E esse olfato que queimam minhas narinas.

Não deixa que me embriague no odor latrina.

Pois se exalam nesse espaço o fedor de urina.

Prefiro a cova o”latifúndio”, sete palmos breu.

Já se faz tarde essa permanência torturante

Onde estará o descanso que julgo merecido?

E o falecer que eu, sei que vem doravante.

Serei um “privilegiado” por não ter morrido?

Ou a reencarnação de Matusalém, o errante.

Perdão senhor por todos os meus pecados

E a ti piedade, venho rogar à tua benevolência.

Embora que tardio esse meu tomar consciência,

È óbvio ululante que pago aqui o que me é cobrado.

Ainda que lastimoso pareça dessa minha sorte.

Da qual não consigo da vida desatrelar o mundo

Implorando-te nesse estado caótico e moribundo

Vou esperar que me abrace serenamente a Morte.

Talmeida 07 / 01 / 2009-01-07

Talmeida
Enviado por Talmeida em 02/07/2011
Código do texto: T3070990
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