PORTA ENTREABERTA
Agora o dia nascera
em definitivo!
um a um os sonhos
deixados pra trás
caídos pelo chão sem vida
pés no piso frio e aquele
clarão se insinuando
pelo vão da porta
atrás de si, caminho obscuro
para frente, luz cortante
entreaberta a porta
dilacerado o corpo
cansado de vigília
em horas mortas
Travou por dentro
quis morrer ali
bem no meio do nada
não morreu
nem viveu
se pôs a caminho
apenas
o corpo se indo adiante
a alma olhando pra trás
os pés seguindo em frente
e a alma querendo voltar
o corpo alquebrado andando
e a alma pensando em amar
o corpo agora é retirante
de vida fugida
na bagagem, carência e desconsolo...
Mas almas não entendem de partidas