MORRER NÃO É O FIM


Se saudade tivesse algum peso,
a minha seria medida por arroba,
manteria meu sofrimento aceso,
ao ouvir o uivo triste de uma loba.

Tentar manter minha mente vazia,
não posso, prefiro enfrentar a dor,
seria como se mentisse pra poesia,
para enganar a tristeza do trovador.

Num estado deplorável, sinto me assim,
fui condenado pela vida, sou um réu,
mas penso, que morrer não é o fim,
quem sabe? Ela me acompanha do céu.

Sinto me a deriva, como um navio,
que encontra fechada a porta do porto,
agora vivendo nesse mundo tão vazio,
caminho,mas na verdade, sou vivo morto.

Perguntando se vale continuar viver,
nesse mundo deserto, como abandonado,
tudo, por que não aprendi a esquecer,
sou preso, por uma corrente do passado.

 Andando sem rumo, pelas ruas da cidade,
muito próximo de me tornar um mendigo,
sempre carregando na alma essa saudade,
e maldizendo, o que a vida vez comigo.


GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 28/06/2011
Reeditado em 28/06/2011
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