Falando com a lua.
No deserto do meu quarto.
No silêncio de minha existência solitária.
Nos dias frios de minha vida.
Nada há para mim em meu lar.
Pois, que nem siquer tenho eu um lar.
Não tenho o que dizer, porque não tenho para quem dizer.
Em dias de angústia me ponho a chorar.
Em dias de dor me ponho a andar.
Minhas pernas caminham, mas minha alma nada registra.
Preso num deserto estou.
Nada vejo do que realmente me restou.
Nem sei mesmo se algo me restou.
Só sei que a solidão aqui ficou.
E não há nada que transpasse esse sofrimento.
Não há palavras que me deem alento.
E nem uma luz para meu tormento.
Tudo é cinza ao meu redor.
E em noites solitárias, eu grito por alguém.
Quero ser ouvido, quero ser amado.
Eu quero ter alguém do meu lado.
Mas, não vejo ninguém.
Todos foram embora e sozinho com a lua me deixaram.
Então eu falo para a lua dos meus desejos.
Falo para ela da minha dor.
E ela me responde iluminando a escuridão de minhas noites.
Pois, que não há poeta sozinho.
Isso porque mesmo quando não há carinho de alguém.
Mesmo quando todos lhe abandonaram.
Sempre haverá de haver a lua para iluminar a vida de um poeta atordoado.
Sempre haverá a lua para encher de luz o coração de um poeta machucado e por todos dessa vida abandonado.