Eu...
Eu...
Eu só na selva.
Sozinho na relva.
Eu aqui e ali ou em qualquer lugar.
A solidão a onde eu vou, sempre vem morar.
Eu...
Vento delirante que vem do sul.
Amargo fel que amarga o céu da boca.
Eu...
Correntes e grilhões amarrando meus braços e minhas pernas.
Eu...
O esforço descomunal de uma minhoca rastejante, em sua caminhada pela rua escaldante.
Eu...
Apenas um coração de amor e compaixão suplicante.
Eu...
Apenas um tédio extenuante.
Eu...
Alma sofregamente fatigante.
Eu...
Desejo solto no mirante...
Eu...
Apenas um grão de areia frente a imensidão do oceano.
Eu...
Palavras vazias jogadas no vento.
Eu...
Canção triste cantada na calada da noite.
Eu...
Versos mortos jogados no limbo da existência por todos esquecida.
Eu...
Tristeza adormecida.
Eu...
Dor forte e desperta.
Eu...
Lírios no campo balançando com o vento.
Eu...
Apenas uma poesia flutuante.
Eu...
Eu só na selva.
Sozinho na relva.
Eu aqui e ali ou em qualquer lugar.
A solidão a onde eu vou, sempre vem morar.
E não importa onde eu vá estar, porque a solidão sempre irá me encontrar.
Ah, a solidão sempre vem me encontrar.
Aqui e ali ou em qualquer lugar, a solidão para sempre dentro de mim vai estar.