Uma pequena Crônica -poética, em uma folha amassada.

Pequena folha de papel, que vale tanto para mim; escrevo em ti tudo o que sinto, e mesmo assim, não consigo definir em ti tudo o que sou, pois é indefinível este estado de eu em mim.

Acabo de pedir que caísse uma lágrima de meus olhos para passear por sua brancura, percorrer sua espessura e dar mais emoção à sua frieza.

Quanta droga escrevo eu agora. Melhor seria se me redimisse de minha incapacidade de lutar contra ( ou com?) a vida e dormisse. Aquele sono especial, só de ida...

A verdade é que você, folha infeliz , é agora a única ouvinte das minhas mágoas, a única que sente, nas moléculas de celulose, a força que sai de mim e se exprime em palavras que se tatuam em seu rosto.

Mas, a verdade é que , nobre folha, vamos para o lixo. Você não tardará, eu me demoro um pouco, se é que não sja, já, um lixo, este mundo em que vivo.

P.S : I. B Infinitamente sem esperanças.