MEDO DA REALIDADE
Acendo um cigarro,/
apanho o copo de bebida/
Olho o tempo passar,/
o tempo passa, e eu fico/
Fico naquela expectativa/
de ver o copo vazio/
E encho de novo./
Sonho com um mundo/
sem sonhos e saudades/
Sem abusos e usos, sem cigarro/
Que acendo de novo./
Aí nasce a esperança,/
peço licença e saio/
Para que o mundo viva./
E a tosse me faz voltar,/
para a realidade da vida/
Orando estou sóbrio/
A ferida da esperança abre,/
por isso sou ébrio/
E não quero acordar,/
encho o copo de novo/
Olho em derredor,/
vendo a cisma humana/
Procurando vida mundana./
Aí percebo, estou sóbrio/
e sonho me iludindo/
Sonho quase acordado/
e o copo fica vazio/
A guerra me fere,/
pego o fuzil e vou/
tentando fugir da terra,/
para guerrear em outro lugar/
Querendo,/
acendo o cigarro, o pigarro me avisa/
Que há exagero/
Então para de sonhar acordado/
Bombas, saudades, guerra,/
estão querendo acabar/
Com o pouco que existe /
Aí caio em depressão,/
encho o copo e bebo/
E caio de pileque/
por medo enfrento a realidade./