MORRIDAMENTE
Derramei palavras
ao acaso
sobre a branca folha
as águas turvas desse caldo
feriram a textura intacta
Aonde foi parar o tempero
que perfumava os versos
com canela e alecrim?
Ficou guardado no fundo
da memória
ou nem lá
que já faz tanto tempo...
Daquilo que morreu
tão morridamente
nada ficou pra semente
nem teu cheiro
nem teu gosto...
nem a alma
resta mais!