MORRIDAMENTE

Derramei palavras

ao acaso

sobre a branca folha

as águas turvas desse caldo

feriram a textura intacta

Aonde foi parar o tempero

que perfumava os versos

com canela e alecrim?

Ficou guardado no fundo

da memória

ou nem lá

que já faz tanto tempo...

Daquilo que morreu

tão morridamente

nada ficou pra semente

nem teu cheiro

nem teu gosto...

nem a alma

resta mais!

marina zamora
Enviado por marina zamora em 15/06/2011
Código do texto: T3036306
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