GRANDE AVENIDA

Pela porta, que está semiaberta
fico olhando a tão grande avenida,
para os olhos, está sempre deserta
a imagem que me mostra invertida.

Já não estou abrindo mais a janela
pois todo seu movimento perdeu,
vejo daqui a monótona aquarela
como nuvem negra que não choveu.

Os movimentos de seus corredores
que vejo por entre a fresta da porta,
tantas pessoas, são da vida atores
para mim, tudo é paisagem morta.

Bem sei que lá anda uma multidão
gente, mais que uvas em vinha,
priva me de sentir, essa solidão
que já tirou essa alegria minha.

Espero que tenha fim essa rotatória
e que porta e janela,possa abrir,
que um alto astral, volte a memória
e luzes da avenida,voltem a colorir.

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 12/06/2011
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