Sentimento Gótico.
A solidão devasta meu sertão.
A seca das árvores desabrocha em meu coração.
O sentimento gótico de que o mundo vive em um só.
Eu sou o próprio pó.
Eu sou a ruína do castelo do passarinheiro.
Eu sou o laço.
Eu sou o envolvido em viver em fórmicas mal resumidas.
Eu sou o choro ardente de um aço que corrói.
Eu sou heroína que atinge as minhas veias
E me traz uma substância de prazer instantâneo.
Eu me pergunto a hora
E me pergunto a data.
Eu me pergunto o peso
E também quanto dá pra pagar.
Eu não pago para ver, pois não tenho contrapesos.
Meus contracheques são que minha vida é um sopro.
Eu sou o louco e, ao mesmo tempo, sou o são.
Eu vivo na metamorfose. Eu vivo no êxtase.
Eu me drogo.
Droga!
Me drogo de beijos, de lábios pouco carnudos.
De abraços pouco envolventes.
Desenvolve o delinqüente retrocedente.
Que o mundo não tem mais beijos.
O mundo é um só.
O mundo é solitário.
O mundo é ordinário.
E eu sou louco e drogado.